sexta-feira, 26 de setembro de 2008

As bonecas

Redação de português, saiu uma crônica.Eu não gostei mas como a professora deu dez alguma coisa de bom deve ter.Ou então as que ela recebeu eram realmente ruins.
Era pra desenvolver uma dissertação ou uma narração sobre a seguite charge:Uma moça na faixa dos trinta anos está paquerando um cara bem do garboso, num bar...Eis que o homem abre um belo sorriso e diz: "Oi!Tem pobrema de nos bater um papo?".A moça sai correndo.(É...bem estúpido).E eu sinto que fugi do tema, mas eu fiz em 20 minutos então foda-se.
Ah, nem todos os pontos de vista são o que eu realmente acho, dei uma de "Fernando Pessoa", com seus heterônimos.


As Bonecas

Passei a infância entretendo-me horas a fio com casinhas de bonecas, bonecas e seus respectivos maridos ou namorados, dependendo da situação.Por ironia do destino, a vida a dois daqueles personagens fictícios (porém vivos o suficiente na minha imaginação), era a mais perfeita possível, principalmente por parte do companheiro.
Ele, inteligente, um belo cabelo e sorriso, carinhoso, compreensivo, fiel e uma infinidade de adjetivos que se avivam na mente de uma mulher em busca do par ideal.Ela, perfeita, muito mais até do que o cara.
Sim, eu estava bem precoce pensando nisso tudo sem ao menos dar-me conta do quão exigente estava me tornando e tais qualidades na medida que o tempo passava, fixavam-se em meu subconsciente.
Claro que não percebia isso.Pois, mais do que brincar com bonecas, gostava mesmo era de raspar a forma do bolo que mamãe fazia.
"-Samaaaaaaaaaanta!*Fiz bolo de chocolate, filha!"
No mesmo instante, largava as bonecas (e meu plano inconsciente para o futuro) em busca da forma, grande, cheia de massa crua de chocolate.
O tempo passou, cheguei à adolescência.Período muito interesante esse, ao mesmo tempo que chato, quando você percebe que nem sempre as coisas são como você deseja, como uma brincadeira de...Bonecas!
As garotas, todas elas com paquerinhas e namoricos, cada caso diferente entre sí.Mas, mais em comum do que qualquer coisa, era a quantidade de reclamações que elas faziam.
"-Um insenssível, egóista!Nem quis saber se eu me machuquei com o fim da nossa relação!Não ligou uma vez depois da briga (como se fosse uma relação incrivelmente séria e estável, ah! ah! ah!).
O bom da mulher é que até a mais tapada, ou burra, como queria é a perspicácia oculta, principalmente no que diz respeito às relações amorosas.Elas sempre se recuperam com o final das relações.
Não dá pra evitar.O tempo passou e eu cresci mais.Fase 2.0 e as mesmas reclamações.Desisti.
Agora, com 30 anos cansei de procurar um príncipe encantado.Talvez ache algum disfarçado, fingido, matreiro.Talvez ele me satisfaça por um tempo, quem sabe até o divórcio, afinal, agora é tão fácil.Acredito agora mais do que nunca na volaticidade das relações.As pessoas são descartáveis, tais como as bonecas.

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