

Inicialmente o autor conta a “descoberta” da América por Colombo, relatando a colonização ibérica sanguinária.Concluindo que a vitória da conquista não se deu apenas graças ao poder bélico, mas também por sutis técnicas de domínio como por exemplo a mita e também graças a cultura dos próprios nativos qua acreditavam na profecia de um Deus que chegaria pelos mares.Segundo o próprio autor “os indígenas foram derrotados também pelo assombro” (1).Um dos trechos mais significativos para a compreesão da obra é o momento dos massacres em Potosí, Tenochtotlán e inclusive Vila Rica.Regiões nas quais “os metais arrebatados aos novos domínios coloniais estimularam o desenvolvimento europeu e pode-se até mesmo dizer que o tornaram possível” (2).De fato, a prata e euro extraídos trouxeram desgraça e morte aos indígenas, ilusão ao espanhóis e riqueza ao ingleses, financiando, mais tarde sua tão famosa Revolução Industrial.
Revolução esta que nos tornaria mais uma vez, dependente de seus recursos.Incrível como o sangue das nossas veias abertas circularam o mundo, ora passando dos porgueses para ingleses, ora dos ingleses para holandeses, enquanto aqui somente circulava descraça e morte.
Para Galeano, toda essa riqueza esvaída só foi possível graças a escravidão e não de obra barata (leia-se escravidão novamente). A ocupação do nordeste brasileiro para o plantio da cana de açúcar: “o tapete vegetal, a flora e a fauna foram sacrificados nos altares da monocultura”(3).A Exploração de metais preciosos, minerais metálicos cana, algodão, látex, salitre, cobre chileno, estanho boliviano, petróleo venezuelano, em prol dos lucros de empresas européias e norte americanas.Eles precisavam das nossas riquezas para manter seus domínios sobre nós mesmos porque a tecnologia existente “não encontrou nenhuma maneira de prescindir dos materiais básicos que a natureza, e só ela, proporciona” (4).
A exploração humana e do subsolo engendrou golpes de Estado, como por exemplo: “os freqüentes golpes de Estado na Argentina explodem antes e depois de cada licitação petrolífera” (5).Lutas contra dominação estrangeira (Haiti, Colômbia, Guatemala, Cuba, Peru, todas violentamente reprimidas e algumas até sufocadas), monopólios, intereferências, políticas, repressão de idéias socialistas..Basta lembrar que em meados de 1950 o Tio Sam proibiu o Brasil de vender matérias primas estratégica para países solocialistas e ao mesmo tempo eles próprios incentivaram a Industrialização por aqui, todas aquelas fábricas estrangeiras...Grande Getúlio.Tudo com base em um belo discurso desenvolvimentista, criando a ilusão de benefício coletivo.
Esta foi mais uma forma de sangrar nossas veias ao contratar mão de obra barata e aproveitar dos incentivos governamentais, fazendo escorrer os dólares produzidos para os centros de poder do sistema capitalista.
Na verdade, o comércio livro foi mais uma forma de escoar o excendente de produção, já que seria impossível que a industrialização do Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai ou Chile pudesse concorrer os países que já dominvam o sistema. “ a independência abriu as portas à livre concorrência da indústria já desenvolvida na europa” (6).
Muitas empresas nacionais fecharam ou foram vendidas as multinacionais que chegavam justamente por não terem condições de concorrer.A industrialização não alterou a divisão internacional do trabalho.Toda essa integração é estimulada apenas por interesses econômicos, ela não nos faz “reencontrar nossas origens nem nos aproxima de nossas metas” (7)
Sobra trabalho escravo e latifúndio.pobreza e, posteriormente, abandono.
A escrita do texto, totalmente acessível permite uma leitura inquietante e prazeirosa tonrnando possível o conhecimento da subordinação que ainda vivemos e não apenas nós vide as sanções ao Irã, vide Gaza, vide as Repúblicas do Cáucaso.OTAN.
Edurdo Gallenano cumpre com seu objetivo de demonstrar que “o subdesenvolvimento não é uma etapa do desenvolvimento.É sua conseqüência. (8)
NOTAS:
(1)GALLEANO, Eduardo.As Veias Abertas da América Latina.Rio de Janeiro.Ed. Paz e Terra 2004 pág. 28
(2)IDEM. Pág. 35
(3)IDEM.Pág. 74
(4)IDEM.Pág 148
(5)IDEM.Pág 149
(6)IDEM.Pág 191
(7)IDEM.Pág 280
(8)IDEM.Pág 307